quinta-feira, 17 de maio de 2012

Quando a criança entra na fase do "não"


Ele não quer tomar banho, recusa-se a sair do balanço e rejeita o prato de comida. Pense duas vezes antes de se irritar com as incontáveis negações de seu filho. A fase do "não", que começa por volta dos 18 meses e pode durar até os 4 anos, faz parte do desenvolvimento da personalidade. "É o período em que a criança começa a se reconhecer como uma pessoa e quer mostrar que tem opinião própria", explica a psicóloga Tereza Vecina. Entre 1 e 2 anos, seu filho também ouve muitos "nãos". Provavelmente, você repete a palavra inúmeras vezes, para ensinar a ele o que não pode fazer, pegar ou mexer. Por isso, quando a criança dessa idade diz "não", nem sempre é para desafiar o adulto. Pode estar apenas imitando-o.

Muita calma

De qualquer forma, contornar os impasses diários que os "nãos" podem provocar exige muita paciência dos pais. A conversa é a melhor saída, mesmo que nessa idade seu filho não compreenda tudo. "O ideal é convencer a criança a mudar de idéia, com argumentos que ela possa entender. Ignorar seu desejo, para tentar impor um limite, só piora a situação. Os pais precisam ter calma, pois a negativa do filho pode ser apenas o jeito que ele encontrou de explicar alguma coisa", esclarece Tereza Vecina.

Firmeza

Ser compreensiva com seu filho nem sempre significa ser flexível com as regras. "O fato de passar pouco tempo com a criança faz com que alguns pais se sintam culpados. Assim, acabam deixando que o filho faça o que bem entender", diz a psicóloga Tereza. Ela enfatiza que a recusa da criança sempre exige uma resposta dos pais: "Favorável ou não, é a opinião do adulto que determina os limites. Quem dá as regras são os pais."

Seu filho mudou 
Entre 1 e 2 anos, a criança começa a andar, falar, comer sozinha e muito mais. Com essa independência, o mundo fica mais atraente e também perigoso. Pais e mães se vêem diante de um desafio e tanto: ficar por perto e, ao mesmo tempo, manter a distância certa para estimular o filho a se soltar. E mais: aceitar que a criança, agora, questiona as decisões, quer testar sua própria força, saber até que ponto a deixam chegar. Dar limites ao seu filho é, por isso, essencial. É assim que ele se sente cuidado, seguro do amor dos pais e confiante para avançar.


Texto extraído do site:
http://revistacrescer.globo.com/Revista/Crescer/0,,EMI21414-15105,00.html