terça-feira, 21 de dezembro de 2010

O pinheiro de St. Martin


Desejo a todos um Natal com muita luz e paz!!!!!!


Na véspera de Natal, o padre da igreja no pequeno vilarejo de St. Martin, nos Pirineus franceses, se preparava para celebrar a missa, quando começou a sentir um perfume delicioso. Era inverno, há muito as flores tinham desaparecido - mas ali estava aquele aroma agradável, como se a primavera tivesse surgido fora de tempo.

Intrigado, ele saiu da igreja para buscar a origem de tal maravilha, e foi dar com um rapaz sentado na frente da porta da escola. Ao seu lado, estava uma espécie de Árvore de Natal dourada.

- Mas que beleza de Árvore! - disse o pároco. - Ela parece ter tocado o céu, já que irradia uma essência divina! E é feita de ouro puro! Onde foi que a conseguiu?

O jovem não demonstrou muita alegria com o comentário do padre.

- Na verdade, isso que carrego comigo foi ficando cada vez mais pesado e à medida que eu andava, suas folhas ficaram duras. Mas não pode ser ouro, e estou com medo da reação de meus pais.

O rapaz contou sua história:

- Tinha saído hoje de manhã para ir até a cidade de Tarbes, com o dinheiro que minha mãe havia me dado para comprar uma bela Árvore de Natal. Acontece que, ao cruzar um povoado, vi uma senhora de idade, solitária, sem nenhuma família com quem comemorar a grande festa da Cristandade. Dei-lhe algum dinheiro para a ceia, pois estava certo que poderia conseguir um desconto na minha compra.

"Ao chegar em Tarbes, passei diante da grande prisão, e havia uma série de pessoas aguardando a hora da visita. Todas estavam tristes, já que passariam a noite longe de seus entes queridos. Escutei algumas delas comentando que sequer tinham conseguido comprar um pedaço de torta. Na mesma hora, movido pelo romantismo de gente da minha idade, decidi que iria dividir meu dinheiro com aquelas pessoas, que estavam precisando mais que eu. Guardaria apenas uma ínfima quantia para o almoço; o florista é amigo de nossa família, com certeza me daria a Árvore, e eu poderia trabalhar para ele na semana seguinte, pagando assim a minha dívida".

"Entretanto, ao chegar ao mercado, soube que o florista que conhecia não tinha ido trabalhar. Tentei de todas as maneiras conseguir alguém que me emprestasse dinheiro para comprar a Árvore em outro lugar, mas foi em vão".

"Convenci a mim mesmo que conseguiria pensar melhor o que fazer se estivesse com o estômago cheio. Quando me aproximei de um bar, um menino que parecia estrangeiro, perguntou se eu podia lhe dar alguma moeda, já que não comia há dois dias. Como imaginei que certa vez o menino Jesus deva ter passado fome, entreguei-lhe o pouco dinheiro que me sobrava, e voltei para casa. No caminho de volta, quebrei um galho de um pinheiro; tentei ajeitá-lo, cortá-lo, mas ele foi ficando duro como se feito de metal, e está longe de ser a Árvore de Natal que minha mãe espera".

- Meu caro - disse o padre - o perfume desta Árvore não deixa dívidas de que ela foi tocada pelos Céus. Deixe-me contar o resto desta sua história:

"Assim que você deixou a senhora, ela imediatamente pediu à Virgem Maria, uma mãe como ela, que lhe devolvesse esta benção inesperada. Os parentes dos presos se convenceram que tinham encontrado um anjo, e rezaram agradecendo aos anjos pelas tortas que foram compradas. O menino que você encontrou, agradeceu a Jesus por ter sua fome saciada".

"A Virgem, os anjos, e Jesus escutaram a prece daqueles que tinham sido ajudados. Quando você quebrou o galho do pinheiro, a Virgem colocou nele o perfume da misericórdia. À medida que você caminhava, os anjos iam tocando suas folhas, e as transformando em ouro. Finalmente, quando tudo ficou pronto, Jesus olhou o trabalho, abençoou-o, e a partir de agora, quem tocar esta Árvore de Natal, terá seus pecados perdoados e seus desejos atendidos".
E assim foi. Conta a lenda que o pinheiro sagrado ainda se encontra em St. Martin; mas sua força é tão grande que, todos aqueles que ajudam seu próximo na véspera de Natal, não importa quão longe estejam do pequeno vilarejo dos Pirineus, são abençoados por ele.


Paulo Coelho - (inspirado em uma história hassádica)


sábado, 27 de novembro de 2010

Por que as crianças sentem medo?


O medo faz parte da natureza humana. É um estado emocional que ativa os sinais de alerta do corpo diante dos perigos e uma importante etapa do amadurecimento afetivo de bebês. A tarefa dos pais é ajudá-los a lidar com os próprios temores, que tendem a florescer ainda mais nos primeiros aninhos de vida. Mas qual o limite entre o medo normal e o exagerado? O que fazer quando o pequeno começa a sofrer? Para a psicóloga Maria Tereza Maldonado, de São Paulo, o saudável é buscar o equilíbrio. “A falta de medo expõe a criança ao risco e o excesso dele faz com que ela se feche, numa espécie de prisão sentimental”, explica a especialista. “O ideal é ajudar a criança a identificar o medo ‘amigo’ e o medo ‘inimigo’. O primeiro ela deve obedecer, e o segundo, desobedecer.”

Na prática, o que se espera é que o pequeno aprenda a dominar seus temores e não ser dominado por eles, assim como acontece com os adultos. A diferença é que meninos e meninas têm uma percepção mais inocente dos acontecimentos, uma imaginação bastante fértil e uma menor capacidade de discernimento dos fatos. “Esses três ingredientes juntos transformam um simples ralo de piscina na mais pavorosa ameaça à vida humana”, ilustra Maria Tereza, cujo filho passou por essa situação. “Ele viu uma folha ser tragada pelo ralo e deduziu que o mesmo aconteceria com qualquer um que entrasse na água.”

Identificar a origem ou mesmo a existência do medo infantil exige dedicação. É preciso estar atento aos sinais demonstrados pela criança e saber conversar com ela sobre o que lhe causa pavor. Os pais e os responsáveis devem dar corda e valorizar tudo o que a garotada diz. Também precisam lembrar-se de que nem sempre os pequenos se comunicam por palavras. “A oportunidade de se expressar dá à criança a chance de encontrar a saída sozinha”, garante Maria Tereza.

Sintomas

O medo excessivo causa reações fisiológicas e comportamentais na criança. Coração palpitante, calafrios, suor nos pés e nas mãos, sono intranquilo, descontrole para fazer xixi, diarreia e dor de barriga são alguns dos indícios do problema. “Quando esse quadro se instala, a saúde da criança pode ser prejudicada por causa de uma desidratação ou anemia, por exemplo”, alerta a psicopedagoga Eliane Pisani Leite. As reações comportamentais – inibição e agressividade – por sua vez prejudicam a rotina da criança, mas podem se agravar e virar fobias, caracterizadas por reações exageradas que fogem ao controle da criança. Para detectar essas situações o quanto antes, conheça os principais tipos de medo.

Texto extraído do site:



Um medo (diferente) por idade


Conheça os mais comuns:

ATÉ 7 MESES

De barulhos inesperados e luzes fortes.

- Para ajudar: Evite expor a criança a qualquer estímulo intenso. Se não for possível, faça de maneira suave e verifique como ela reage.

DE 7 MESES A 1 ANO E MEIO

De pessoas, ambientes e objetos novos; de perder os pais, pois acham que pessoas desaparecem quando não estão ao alcance de seus olhos.

- Para ajudar: O pai, a mãe ou o cuidador devem estar presentes quando o bebê for exposto a situações novas.

DE 1 ANO E MEIO A 3 ANOS
Do escuro, de pessoas com máscaras ou fantasias, de ficar sozinho.

- Para ajudar: Ao encontrar alguém fantasiado, aproxime-se devagar e mostre que é apenas uma roupa diferente. Se ele não gostar, não force.

DE 3 A 5 ANOS

De monstros, fantasmas, da escuridão, de animais, chuva, trovão, de se perder.

- Para ajudar: Respeite a criança, permitindo que se expresse, e explique que nada lhe acontecerá de mal. Quanto ao medo de se perder, faça-a decorar o nome inteiro e o telefone de casa e a ensine a pedir ajuda. Ela se sentirá mais segura.

A PARTIR DOS 5 ANOS

De ser deixado na escola, de bandido, de personagens de terror.

- Para ajudar: Insegurança melhora com diálogo. Se o medo for de bandido, reforce, por exemplo, a importância de ficar perto de adultos conhecidos. Para a criança se sentir segura, diga que alguém sempre estará cuidando dela na escola.

A PARTIR DOS 6 ANOS

Da própria morte e da dos pais, pois já a entende como algo irreversível; de ser criticado.

- Para ajudar: Se houver perguntas sobre morte, não invente histórias absurdas, diga a verdade de forma delicada. E quanto às críticas: explique que elas nos ajudam a melhorar.

Rita Calegari, psicóloga do Hospital São Camilo

Texto extraído do site:



terça-feira, 23 de novembro de 2010

Tão pequeno, tão quietinho


A criança vive quietinha, raramente expressa uma opinião, quase nunca está interagindo com amiguinhos ou ocupando posição de destaque nos grupos sociais. Trata-se de uma criança tímida e que precisa urgentemente de tratamento, certo? Errado! A timidez infantil excessiva precisa ser detectada e tratada com o auxílio de psicólogos, pais e educadores. Antes, porém, é necessário compreender que cada pessoa tem suas próprias tendências comportamentais, que precisam ser cuidadosamente observadas e respeitadas.

Segundo a psicóloga Angélica Capelari, o principal critério para detectar a timidez excessiva em uma criança é verificar se, de alguma maneira, ela se sente prejudicada ou tem problemas de para realizar suas atividades por conta de seu comportamento reservado.

"Atualmente, as crianças passam mais tempo na escola do que na companhia de seus pais. Por isso, é geralmente no ambiente escolar que se detecta mais facilmente a timidez excessiva. Alguns sintomas dessa dificuldade emocional seriam a ausência nas brincadeiras, apatia, dificuldade para se comunicar com amiguinhos e professores e dificuldades no aproveitamento escolar", diz a psicóloga.

Educar sem comparar

Quando a timidez excessiva é detectada há a necessidade de criar uma "equipe" para auxiliar a criança: pais, professores e um psicólogo especializado são os principais integrantes desse time. Eles ajudarão a identificar as causas da inibição e encontrarão os melhores caminhos para facilitar a relação da criança com o mundo.

"A maioria das causas da timidez excessiva em crianças está relacionada a problemas de auto-estima", afirma a psicóloga. Portanto, os adultos devem evitar fazer comparações entre as crianças. É prejudicial, por exemplo, uma criança reservada ser constantemente comparada a um irmão mais extrovertido ou ainda ser cobrada para falar mais ou participar ativamente das ações familiares.

Muitas vezes, ao ser comparada aos outros, a criança passa a desenvolver um complexo de inferioridade, que pode levá-la a se fechar em seus relacionamentos. É preciso lembrar sempre que cada pessoa tem suas peculiaridades e merece ser respeitada como é.

Para melhorar o quadro de timidez excessiva, uma das dicas indicadas pelos especialistas é inserir a criança em atividades coletivas, sejam lúdicas, artísticas ou esportivas. No entanto, é importante que se trate de uma atividade que traga prazer ao pequeno e que incentive o sociabilizar.

Aos poucos, é possível que a criança comece a modificar o seu comportamento e passe a sentir mais segura - e feliz - ao se relacionar com outras pessoas.

Angélica Capelari é psicóloga clínica formada pela PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo) e professora da Faculdade de Psicologia da Universidade Metodista.

Texto extraído do site:


segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Dúvida


Sri Ramakrisna conta que um homem estava preste a cruzar um rio quando o mestre Bibhishana se aproximou, escreveu um nome numa folha, amarrou-a nas costas do homem, e disse:

- Não tenha medo. Sua fé lhe ajudará a caminhar sobre as águas. Mas no instante em que perder a fé, você se afogará.

O homem confiou em Bibhishana, e começou a caminhar sobre as águas, sem qualquer dificuldade. A certa altura, porém, teve um imenso desejo de saber o que seu mestre havia escrito na folha amarrada em suas costas.

Pegou-a, e leu o que estava escrito:

“Ó deus Rama, ajuda este homem a cruzar o rio”.
“Só isto?”, pensou o homem. “Quem é esse deus Rama, afinal?”

No momento em que a dúvida instalou-se em sua mente, ele submergiu e afogou-se na correnteza.


Texto extraído do site:

http://paulocoelhoblog.com/


domingo, 21 de novembro de 2010

O que é TDAH? Parte II


Quais são os sintomas de TDAH?

O TDAH se caracteriza por uma combinação de dois tipos de sintomas:

1) Desatenção

2) Hiperatividade-impulsividade

O TDAH na infância em geral se associa a dificuldades na escola e no relacionamento com demais crianças, pais e professores. As crianças são tidas como "avoadas", "vivendo no mundo da lua" e geralmente "estabanadas" e com "bicho carpinteiro" ou “ligados por um motor” (isto é, não param quietas por muito tempo). Os meninos tendem a ter mais sintomas de hiperatividade e impulsividade que as meninas, mas todos são desatentos. Crianças e adolescentes com TDAH podem apresentar mais problemas de comportamento, como por exemplo, dificuldades com regras e limites.

Em adultos, ocorrem problemas de desatenção para coisas do cotidiano e do trabalho, bem como com a memória (são muito esquecidos). São inquietos (parece que só relaxam dormindo), vivem mudando de uma coisa para outra e também são impulsivos ("colocam os carros na frente dos bois"). Eles têm dificuldade em avaliar seu próprio comportamento e quanto isto afeta os demais à sua volta. São freqüentemente considerados “egoístas”. Eles têm uma grande frequência de outros problemas associados, tais como o uso de drogas e álcool, ansiedade e depressão.

Quais são as causas do TDAH?

Já existem inúmeros estudos em todo o mundo - inclusive no Brasil - demonstrando que a prevalência do TDAH é semelhante em diferentes regiões, o que indica que o transtorno não é secundário a fatores culturais (as práticas de determinada sociedade, etc.), o modo como os pais educam os filhos ou resultado de conflitos psicológicos.

Estudos científicos mostram que portadores de TDAH têm alterações na região frontal e as suas conexões com o resto do cérebro. A região frontal orbital é uma das mais desenvolvidas no ser humano em comparação com outras espécies animais e é responsável pela inibição do comportamento (isto é, controlar ou inibir comportamentos inadequados), pela capacidade de prestar atenção, memória, autocontrole, organização e planejamento.

O que parece estar alterado nesta região cerebral é o funcionamento de um sistema de substâncias químicas chamadas neurotransmissores (principalmente dopamina e noradrenalina), que passam informação entre as células nervosas (neurônios).

Existem causas que foram investigadas para estas alterações nos neurotransmissores da região frontal e suas conexões.

A) Hereditariedade:

Os genes parecem ser responsáveis não pelo transtorno em si, mas por uma predisposição ao TDAH. A participação de genes foi suspeitada, inicialmente, a partir de observações de que nas famílias de portadores de TDAH a presença de parentes também afetados com TDAH era mais freqüente do que nas famílias que não tinham crianças com TDAH. A prevalência da doença entre os parentes das crianças afetadas é cerca de 2 a 10 vezes mais do que na população em geral (isto é chamado de recorrência familial).

Porém, como em qualquer transtorno do comportamento, a maior ocorrência dentro da família pode ser devido a influências ambientais, como se a criança aprendesse a se comportar de um modo "desatento" ou "hiperativo" simplesmente por ver seus pais se comportando desta maneira, o que excluiria o papel de genes. Foi preciso, então, comprovar que a recorrência familial era de fato devida a uma predisposição genética, e não somente ao ambiente. Outros tipos de estudos genéticos foram fundamentais para se ter certeza da participação de genes: os estudos com gêmeos e com adotados. Nos estudos com adotados comparam-se pais biológicos e pais adotivos de crianças afetadas, verificando se há diferença na presença do TDAH entre os dois grupos de pais. Eles mostraram que os pais biológicos têm 3 vezes mais TDAH que os pais adotivos.

Os estudos com gêmeos comparam gêmeos univitelinos e gêmeos fraternos (bivitelinos), quanto a diferentes aspectos do TDAH (presença ou não, tipo, gravidade etc...). Sabendo-se que os gêmeos univitelinos têm 100% de semelhança genética, ao contrário dos fraternos (50% de semelhança genética), se os univitelinos se parecem mais nos sintomas de TDAH do que os fraternos, a única explicação é a participação de componentes genéticos (os pais são iguais, o ambiente é o mesmo, a dieta, etc.). Quanto mais parecidos, ou seja, quanto mais concordam em relação àquelas características, maior é a influência genética para a doença. Realmente, os estudos de gêmeos com TDAH mostraram que os univitelinos são muito mais parecidos (também se diz "concordantes") do que os fraternos, chegando a ter 70% de concordância, o que evidencia uma importante participação de genes na origem do TDAH.

A partir dos dados destes estudos, o próximo passo na pesquisa genética do TDAH foi começar a procurar que genes poderiam ser estes. É importante salientar que no TDAH, como na maioria dos transtornos do comportamento, em geral multifatoriais, nunca devemos falar em determinação genética, mas sim em predisposição ou influência genética. O que acontece nestes transtornos é que a predisposição genética envolve vários genes, e não um único gene (como é a regra para várias de nossas características físicas, também). Provavelmente não existe, ou não se acredita que exista, um único "gene do TDAH". Além disto, genes podem ter diferentes níveis de atividade, alguns podem estar agindo em alguns pacientes de um modo diferente que em outros; eles interagem entre si, somando-se ainda as influências ambientais. Também existe maior incidência de depressão, transtorno bipolar (antigamente denominado Psicose Maníaco-Depressiva) e abuso de álcool e drogas nos familiares de portadores de TDAH.

B) Substâncias ingeridas na gravidez:

Tem-se observado que a nicotina e o álcool quando ingeridos durante a gravidez podem causar alterações em algumas partes do cérebro do bebê, incluindo-se aí a região frontal orbital. Pesquisas indicam que mães alcoolistas têm mais chance de terem filhos com problemas de hiperatividade e desatenção. É importante lembrar que muitos destes estudos somente nos mostram uma associação entre estes fatores, mas não mostram uma relação de causa e efeito.

C) Sofrimento fetal:

Alguns estudos mostram que mulheres que tiveram problemas no parto que acabaram causando sofrimento fetal tinham mais chance de terem filhos com TDAH. A relação de causa não é clara. Talvez mães com TDAH sejam mais descuidadas e assim possam estar mais predispostas a problemas na gravidez e no parto. Ou seja, a carga genética que ela própria tem (e que passa ao filho) é que estaria influenciando a maior presença de problemas no parto.

D) Exposição a chumbo:

Crianças pequenas que sofreram intoxicação por chumbo podem apresentar sintomas semelhantes aos do TDAH. Entretanto, não há nenhuma necessidade de se realizar qualquer exame de sangue para medir o chumbo numa criança com TDAH, já que isto é raro e pode ser facilmente identificado pela história clínica.

E) Problemas Familiares:

Algumas teorias sugeriam que problemas familiares (alto grau de discórdia conjugal, baixa instrução da mãe, famílias com apenas um dos pais, funcionamento familiar caótico e famílias com nível socioeconômico mais baixo) poderiam ser a causa do TDAH nas crianças. Estudos recentes têm refutado esta idéia. As dificuldades familiares podem ser mais consequência do que causa do TDAH (na criança e mesmo nos pais).

Problemas familiares podem agravar um quadro de TDAH, mas não causá-lo.

F) Outras Causas

Outros fatores já foram aventados e posteriormente abandonados como causa de TDAH:
1. corante amarelo

2. aspartame

3. luz artificial

4. deficiência hormonal (principalmente da tireóide)

5. deficiências vitamínicas na dieta.


Todas estas possíveis causas foram investigadas cientificamente e foram desacreditadas.


Texto extraído do site:

http://www.tdah.org.br/



O que é o TDAH? Parte I


O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é um transtorno neurobiológico, de causas genéticas, que aparece na infância e freqüentemente acompanha o indivíduo por toda a sua vida. Ele se caracteriza por sintomas de desatenção, inquietude e impulsividade. Ele é chamado às vezes de DDA (Distúrbio do Déficit de Atenção). Em inglês, também é chamado de ADD, ADHD ou de AD/HD.

Existe mesmo o TDAH?

Ele é reconhecido oficialmente por vários países e pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Em alguns países, como nos Estados Unidos, portadores de TDAH são protegidos pela lei quanto a receberem tratamento diferenciado na escola.

Não existe controvérsia sobre a existência do TDAH?

Não, nenhuma. Existe inclusive um Consenso Internacional publicado pelos mais renomados médicos e psicólogos de todo o mundo a este respeito. Consenso é uma publicação científica realizada após extensos debates entre pesquisadores de todo o mundo, incluindo aqueles que não pertencem a um mesmo grupo ou instituição e não compartilham necessariamente as mesmas ideias sobre todos os aspectos de um transtorno.

Por que algumas pessoas insistem que o TDAH não existe?

Pelas mais variadas razões, desde inocência e falta de formação científica até mesmo má-fé. Alguns chegam a afirmar que “o TDAH não existe”, é uma “invenção” médica ou da indústria farmacêutica, para terem lucros com o tratamento.

No primeiro caso se incluem todos aqueles profissionais que nunca publicaram qualquer pesquisa demonstrando o que eles afirmam categoricamente e não fazem parte de nenhum grupo científico. Quando questionados, falam em “experiência pessoal” ou então relatam casos que somente eles conhecem porque nunca foram publicados em revistas especializadas. Muitos escrevem livros ou têm sites na Internet, mas nunca apresentaram seus “resultados” em congressos ou publicaram em revistas científicas, para que os demais possam julgar a veracidade do que dizem.

Os segundos são aqueles que pretendem “vender” alguma forma de tratamento diferente daquilo que é atualmente preconizado, alegando que somente eles podem tratar de modo correto.

Tanto os primeiros quanto os segundos afirmam que o tratamento do TDAH com medicamentos causa consequências terríveis. Quando a literatura científica é pesquisada, nada daquilo que eles afirmam é encontrado em qualquer pesquisa em qualquer país do mundo. Esta é a principal característica destes indivíduos: apesar de terem uma “aparência” de cientistas ou pesquisadores, jamais publicaram nada que comprovasse o que dizem.

O TDAH é comum?

Ele é o transtorno mais comum em crianças e adolescentes encaminhados para serviços especializados. Ele ocorre em 3 a 5% das crianças, em várias regiões diferentes do mundo em que já foi pesquisado. Em mais da metade dos casos o transtorno acompanha o indivíduo na vida adulta, embora os sintomas de inquietude sejam mais brandos.

Texto extraído do site:

http://www.tdah.org.br/


segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Gagueira Infantil


Percebi que o assunto é de grande interesse e por isso, estarei postando artigos de outros autores também.

Minha fala parece uma rua cheia de lombadas (Lucas, 9 anos)

Até hoje, há quem aconselhe os pais de crianças pequenas que começam a gaguejar a simplesmente "ignorar o problema" que este desaparecerá com o tempo. De fato, algumas crianças superam suas dificuldades sozinhas, mas - é aí que mora o problema - algumas não. Como saber a que grupo pertence uma determinada criança? A primeira orientação a ser dada para os pais de crianças que começam a apresentar gagueira é justamente não ignorar o problema. Clínicos concordam que o problema da gagueira é muito mais fácil de se prevenir em crianças do que se tratar em adultos. O fato de detectar precocemente e se tomarem as medidas necessárias, é uma das mais valiosas contribuições que um fonoaudiólogo pode oferecer. Algumas perguntas devem ser respondidas e este profissional é o mais indicado para fazê-lo:

- A criança está mesmo gaguejando?

- Se está, quanto o problema progrediu?

- Quando começou?

- Que fatores estavam associados ao aparecimento do problema?

- Quão ciente está a criança do fato de que sua fala está bloqueada?

- Como os ouvintes tentam ajudá-la e como ela responde às suas atitudes?

- Como podemos alterar o ambiente da criança para evitar que o problema se torne pior?

Parte do tratamento de uma criança que está começando a gaguejar é amplamente indireto: trabalha-se para mudar o ambiente através da orientação aos pais. Diversas variáveis devem ser controladas: é útil verificar em que circunstâncias a criança tem as maiores interrupções na fala. Com quem ela mais gagueja? Em que ocasiões (por exemplo: quando está muito cansada, excitada?) A partir do momento em que se descobre como e quando a criança está hesitando, deve-se procurar a modificação destas circunstâncias.

Cabe ao fonoaudiólogo prover sugestões gerais e específicas para mudar a interação no lar e relacionamento pais-filhos a fim de propiciar uma melhora na comunicação. Quando se pode intervir antes que a criança desenvolva medo e reações de fuga e os pais são abertos à orientação, o prognóstico de remissão da gagueira é excelente.

O que pode ser mudado no ambiente da criança:

- Nunca diga para não gaguejar.

- Não faça a criança mais ciente da gagueira do que já está; mas, por outro lado, não faça uma conspiração de silêncio em torno do problema. (Simplesmente ignorar o problema, não resolve).

- Faça a criança se sentir aceita e amada.

- Nunca discuta sua gagueira com outros na sua presença.

- Evite compará-lo com irmãos ou outras crianças.

- Não se deve apenas tentar mudar as atitudes e comportamentos em relação a como a criança fala, mas também tentar modificar as outras atitudes da família, como por exemplo, reduzir a tensão e a ansiedade em geral.

AVALIAÇÃO E TRATAMENTO DE CRIANÇAS EM IDADE ESCOLAR:

Crianças de aproximadamente 6 a 12 anos de idade não estão apenas começando a gaguejar; eles lutam quando falam e podem apresentar sinais de medo, frustração e ansiedade. O ciclo de perpetuação já se iniciou e agora é necessário tratar diretamente da gagueira.

O fonoaudiólogo deve preparar uma descrição do padrão da gagueira da criança:

- Quão frequentemente ela bloqueia?

- Quão severas são as disfluências?

- Quão complexo é o momento da gagueira?

Deve também notar comportamentos de fuga, reações de medo e sinais de frustração. Também é importante saber como a criança se vê em relação a seu problema.

Para o tratamento desta faixa etária, utilizo um programa baseado na abordagem do condicionamento operante de Bruce Ryan (1975), baseada no pressuposto de que a gagueira é um comportamento aprendido e que este pode ser desaprendido ou modificado suficientemente para capacitar a criança a falar com razoável fluência. Fatores cruciais para a melhora incluem: pais que cooperam e que participam de um programa de aconselhamento; nenhum registro anterior de tratamento mal sucedido; ausência de outros problemas significativos (outras dificuldades); e quando a criança tem outras fontes de sucesso (esporte, música, por exemplo).

Não se deve usar eufemismos como "este probleminha de fala" e evitar a palavra gagueira: as crianças desta idade respondem a uma abordagem aberta, honesta e objetiva.

Fernanda Papaterra Limongi
Fonoaudióloga - PUC-SP
Pós-graduação e especialização em Afasia e Gagueira na University of North Dakota - USA

Texto extraído do site:
http://www.abragagueira.org.br/


domingo, 14 de novembro de 2010

GAGUEIRA


Por Heloísa Miguens de Araújo

GAGUEIRA NA CRIANÇA


A gagueira significa muitas coisas:

- insuficiência linguística (criança com mais de 4 anos);

- ansiedade na comunicação;

- falta de organização motora da fala.

O que é importante é não fixar a gagueira:

- evitar observações que deem ênfase ao gaguejar;

- atitude de espanto do interlocutor (fixando: tem uma coisa errada aqui!);

- evitar que a criança se exponha mais naqueles dias ou momentos em que ela está gaguejando mais.

O que ajuda:

- dar o exemplo de falar com tranquilidade, pai ou mãe ou professor falando devagar;

- contar histórias para a criança, desenvolvendo vocabulário e o modelo de fala (repetir a mesma história muitas vezes, a criança mesmo vai pedir a mesma história, repetindo e fixando palavras, expressões, idéias, pensamentos, etc.;

- pedir a criança que conte as histórias que ouviu, relate casos ou acontecimentos;

- elogiar a criança quando se expressa bem, reforçando a fluência.

Em caso de persistência, procure um fonoaudiólogo.

GAGUEIRA NO ADULTO

Falar é um ato, uma ação. Uma forma de expressão oral ou verbal.

É um comportamento que depende de muitos fatores, como integridade dos órgão da fala, desejo ou necessidade de se comunicar, conhecimento da língua.

Há tantos modos diferentes de falar quanto a imensa variedade do ser humano. Falar é uma aprendizagem, uma ação que se aprende e se desenvolve pela vida a fora.

Gaguejar é um comportamento particular de falar, que o indivíduo desenvolve, com uma grande variável de características, tensão muscular, tensão respiratória, repetição de fonemas, alongamento de fonemas, repetição de palavras, movimentos "auxiliares" de rosto, ou de braços ou qualquer parte do corpo; movimento de fuga dos olhos e outras tantas formas diferentes quantas forem as pessoas que gaguejam.

É natural em qualquer pessoa, em algum momento, hesitar ao falar, retroceder na formulação da frase ou do pensamento; a insegurança em algumas vezes se reflete na forma de falar, assim como a raiva, o amor ou qualquer sentimento.

É natural a pessoa gaguejar em alguns momentos. A frequência que possa ocorrer nessas hesitações, repetições, fugas é que faz a diferença.

Assim como a pessoa desenvolve a fala, também desenvolve o gaguejar. O gago vai "aprimorando" esse comportamento, sem o saber, porque com o tempo vai adicionando outros componentes a sua forma de falar, como tensão de alguma parte do corpo, movimento de piscar de olhos, etc.

Muitas vezes passa a fugir de determinadas palavras, ou situações, chegando até a afetar a sua auto-estima.

É necessária uma conscientização ou seja um levantamento minucioso da sua forma de falar, os aspectos envolvidos, posterior dessensibilização dos maus hábitos e paralelamente o estudo ou a observação dos bons padrões de fala, modelando e treinando os diferentes aspectos envolvidos.



terça-feira, 2 de novembro de 2010

As duas gotas de óleo



Aí vai uma excelente dica de leitura.

Certo mercador enviou seu filho para aprender o Segredo da Felicidade com o mais sábio de todos os homens. O rapaz andou durante quarenta dias pelo deserto, até chegar a um belo castelo, no alto de uma montanha. Lá vivia o Sábio que o rapaz buscava.

Ao invés de encontrar um homem santo, porém, o nosso herói entrou numa sala e viu uma atividade imensa; mercadores entravam e saíam, pessoas conversavam pelos cantos, uma pequena orquestra tocava melodias suaves, e havia uma farta mesa com os mais deliciosos pratos daquela região do mundo.

O Sábio conversava com todos, e o rapaz teve que esperar duas horas até chegar sua vez de ser atendido.

Com muita paciência, escutou atentamente o motivo da visita do rapaz, mas disse-lhe que naquele momento não tinha tempo de explicar-lhe o Segredo da Felicidade.

Sugeriu que o rapaz desse um passeio por seu palácio, e voltasse daqui a duas horas.

– Entretanto, quero lhe pedir um favor – completou, entregando ao rapaz uma colher de chá, onde pingou duas gotas de óleo. – Enquanto você estiver caminhando, carregue esta colher sem deixar que o óleo seja derramado.

O rapaz começou a subir e descer as escadarias do palácio, mantendo sempre os olhos fixos na colher. Ao final de duas horas, retornou à presença do Sábio.

– Então – perguntou o Sábio – você viu as tapeçarias da Pérsia que estão na minha sala de jantar? Viu o jardim que o Mestre dos Jardineiros demorou dez anos para criar? Reparou nos belos pergaminhos de minha biblioteca?

O rapaz, envergonhado, confessou que não havia visto nada. Sua única preocupação era não derramar as gotas de óleo que o Sábio lhe havia confiado.

– Pois então volte e conheça as maravilhas do meu mundo – disse o Sábio. – Você não pode confiar num homem se não conhece sua casa.

Já mais tranqüilo, o rapaz pegou a colher e voltou a passear pelo palácio, desta vez reparando em todas as obras de arte que pendiam do teto e das paredes. Viu os jardins, as montanhas ao redor, a delicadeza das flores, o requinte com que cada obra de arte estava colocada em seu lugar. De volta à presença do Sábio, relatou pormenorizadamente tudo que havia visto.

– Mas onde estão as duas gotas de óleo que lhe confiei? – perguntou o Sábio.

Olhando para a colher, o rapaz percebeu que as havia derramado.

– Pois este é o único conselho que eu tenho para lhe dar – disse o mais Sábio dos Sábios. – O segredo da felicidade está em olhar todas as maravilhas do mundo, e nunca se esquecer das duas gotas de óleo na colher.

do livro “O Alquimista” um dos 20 livros mais vendidos de todos os tempos.


segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Vamos esquecer um livro?



Os blogs da Fernanda Reali e da Isadora estão promovendo uma ideia super genial para proporcionar uma leitura divertida e inusitada.

"Então vamos a ideia: convidamos os amigos a separarem um bom livro, apenas um e no dia 08/11, simplesmente, o esquecerem em algum lugar público. Ônibus, metrô, banco de praça, qualquer lugar vale. Dentro do livro deve conter um bilhete informando que aquele livro foi esquecido naquele lugar justamente para que quem alguém o encontrasse e lesse. A única regra: passar o livro adiante, ou seja, após lê-lo fazer o mesmo esquecê-lo em um lugar público e assim dar a oportunidade de que outra pessoa leia.

E aí, o que vocês acham? Topam participar? Então dia 08/11 fica instituído o dia em que um pequeno grupo de pessoas ajudou a levar um pouco de boa leitura as pessoas."

Participem!


Ler ou não ler? Eis a questão...


 
Por Dalila Teles Vera

O brasileiro não lê porque o livro é caro? Errado. O brasileiro não lê porque não o acostumaram a ler. O preço do CD é equivalente ao do livro e, no entanto, vendem-se CDs aos milhões enquanto que uma edição de sucesso de uma obra literária, não ultrapassa, em média, três mil exemplares. Não podemos esquecer também das bibliotecas onde um livro não custa nada, basta retirá-lo, além dos "sebos", livrarias de livros usados, onde se pode adquirir raridades por preço de banana.

Na verdade, a grande maioria dos brasileiros não lê porque na escola não o ensinaram a ler, no sentido mais profundo da palavra, ou seja, apreender o que está escrito, refletir, questionar, "viajar" com um texto.

Obrigar o aluno a ler um livro de literatura com a obrigatoriedade de responder a um questionário elaborado pelas editoras, para o qual o professor possui as respostas, também elaboradas previamente, é decretar uma sentença definitiva: -Você nunca será um leitor. Fazer o aluno decorar escolas literárias e todas as suas características sem nunca ler uma obra sequer de um dos autores que dela fizeram parte (o que importa é saber as questões que vão cair no vestibular) é outro pequeno assassinato que deveria ser severamente punido.

A indústria da educação brasileira, ensina apenas para o aluno passar no vestibular. A formação humanística, a compreensão do mundo através de sua história, não está em questão. A questão é "passar ou passar", ou seja, competir e ganhar a corrida para a glória do canudo universitário.

A leitura deveria ser passada para a criança e os adolescentes como uma busca, uma ação lúdica e prazerosa, que pode perfeitamente substituir com igual grau de prazer uma ida ao cinema, um dia na praia ou um churrasco no sítio, sem qualquer remorso.

Todos aqueles que já descobriram o prazer da leitura, o gosto de elaborar, ele mesmo, o "seu" personagem, a "sua" paisagem, voltar a página e emocionar-se de novo com aquelas cenas que mais os tocaram, jamais abrirão mão dessa "descoberta". É um vírus que, uma vez contraído, não tem mais cura. É um não acabar mais de descobrir; uma leitura vai sempre remetendo a outra e a vida torna-se tão curta para tanto livro a ser lido.

Só mesmo o portador desse vírus sabe avaliar a diferença entre a "viagem" da leitura e a cena dada pronta, como a daquela via TV. Assistir TV é cômodo e chega a ser hipnótico. Não há participação de quem está do lado de cá, o espectador é passivo, recebe o prato feito, não tem possibilidade de criar, de imaginar, de "viajar". A cena que ele está vendo é só aquele cena, a mesma cena que outros milhões de telespectadores também estão vendo. Ao passo que, no ato de ler a mesma página de um livro, um mesmo poema que tantos outros já leram, entra em jogo o nosso poder de imaginar, de recriar, próprio do ser humano e que os meios de comunicação de massa encarregaram-se de destruir.

Quem possui livros jamais está só. Fazem-lhe companhia os melhores espíritos da humanidade, encantados em suas páginas, esperando apenas as mãos que os folheiem, para que, num passe de mágica, se desencantem e cumpram o fato estético de que falou Borges: o livro aberto e a vida recriada.

Ninguém é o mesmo depois de ler um bom livro, ninguém sai ileso dessa empreitada. A literatura modifica, transforma, porque faz refletir e sonhar. A televisão, ao contrário, foi feita para não dar tempo de pensar; não informa porque é veloz e fragmentada e não propicia um visão de compreensão de mundo, como um todo e nem a compreensão da história, como processo e acúmulo de valores agregados. Após a décima notícia do Jornal Nacional, o espectador não consegue mais lembrar da primeira, nem da maioria, devido à incrível rapidez da linguagem televisiva, feita propositadamente para alienar.

Quem ainda duvidar, tente ainda hoje: troque uma hora da televisão pela leitura de algumas páginas da melhor literatura. O resultado será, garanto, altamente compensador.

Texto extraído do site:


domingo, 24 de outubro de 2010

Para falar a verdade



Quando uma criança diz uma mentira, será que devemos nos preocupar? Por que será que ela mentiu? Como reagir?

Filomena Santos Silva, Psicóloga - Texto retirado da revista "O Guia para Educadores" Junho/2009

Seja para fugir à possibilidade de uma punição por ter feito algo de forma incorreta, seja para viver um acontecimento que gostaria que se tornasse realidade, as mentiras contadas pelas crianças preocupam pais e educadores. Em qualquer um desses casos, a criança usa um jogo simbólico e a imaginação e revela suas capacidades intelectuais. Pais e educadores sabem que a fantasia é importante para o desenvolvimento da criança e devem ser estimulá-la de modo saudável. Contudo, é fundamental aproveitar essas situações para otimizar o desenvolvimento moral da garotada, dando-lhes a noção de responsabilidade e mostrando-lhes o que é real e o que é fantasia.

Como perceber se a crianças esta dizendo a verdade?

As crianças pequenas "falam" muito com o corpo; enquanto ela lhe relata o acontecimento, esteja atento a seus gestos e expressões, principalmente faciais. Frequentemente, desviam o olhar, cerram a boca ou pressionam a língua contra a parte interna da bochecha, numa tentativa de se controlar. Se tem dúvida em relação ao relato, peça para contar a história um tempo depois, procurando colocar as questões do outra forma. Se for mentira, a criança acabará entrando em contradição.

Como lidar com a situação quando a criança mente?

É fundamental manter a calma, não dar demasiada importância a um comportamento que faz parte do desenvolvimento natural da criança: se ela sente que o adulto fica muito ansioso e lhe dá atenção demais, poderá voltar a usar a mentira como forma de obter benefícios secundários, ou seja, chamar a atenção (mesmo que seja para se zangar o adulto irá corresponder a essa expectativa) Converse com a criança, explicando-lhe que não assumir um erro ou culpar outros por uma ação cometida é muito mais grave do que desfazer uma mentira e que não ficará bravo com ela se ela assumir a responsabilidade. Por vezes, basta dizer que sabe que foi uma brincadeira, mas em outras as consequências não são agradáveis.

Nunca permita que a criança obtenha benefícios pelo fato de ter mentido; ajude-a a ser responsável, fazendo alguma ação para consertar a situação. Ela deve limpar o que sujou, ajudar a colar o que partiu, dar uma moeda para comprar um objeto novo, não comer guloseima. Se a mentira envolver terceiros, ajuda a criança a falar com essa pessoa e nunca acoberte a mentira.

Procure sempre centrar seu discurso no comportamento e não na personalidade da criança. A idéia é mostrar que ela disse uma mentira, mas pensa também que ela sabe dizer a verdade; se disser que ela é mentirosa, correrá o risco de a criança se assumir como tal. Deixe claro que não aprova a atitude tomada, mas que continua gostando dela.

Analise com os pequenos as consequências de dizer verdades ou de escondê-las. Leve-os a pensar em estratégias alternativas que poderão utilizar da próxima vez que surgir uma situação semelhante, sem ter de recorrer à mentira.


terça-feira, 19 de outubro de 2010

Educação musical transforma


Por Nydia Monteiro


Não há como negar a importância que a música tem em nossas vidas, seja no nível consciente, seja no inconsciente. Mas qual seria o seu poder de transformação do aprendizado musical, até mesmo de ampliação de nossos potenciais?

Nossa audição é nosso referencial desde a gestação, é a porta de entrada principal para interagirmos com o mundo. Com esta interação podemos desenvolver no nível neuropsicomotor. Nosso cérebro vai literalmente se expandindo com suas sinapses e tornando?nos mais e mais capazes de ser, fazer e transformar a nós mesmos e ao mundo. Este potencial desenvolvido também traz equilíbrio para quem está envolvido nesse processo de aprendizagem musical.

Quem convive diariamente com crianças e adolescentes que estudam música, tocando, cantando, improvisando e lendo partituras, observa que aquele que era agitado se torna mais calmo e concentrado. Ocorre também o oposto, deixando quem era muito tímido mais expansivo em suas relações. A neurociência e as inúmeras pesquisas na área do cérebro comprovam que a música atua em quase todas as áreas cerebrais. Nada escapa de ser estimulado e trabalhado. Os resultados ficam bem evidentes para quem observa a transformação pela qual estas crianças e jovens passam.

Quanto mais cedo as crianças iniciam a aprendizagem musical, mais cedo sua linguagem, coordenação motora, compreensão, interação e aceitação de limites são estabelecidas. Com os estímulos musicais e sonoros os dois hemisférios cerebrais são estimulados ao mesmo tempo, já que a música em seus elementos é processada em ambos. Está comprovado em laboratório também o aumento do corpo caloso (responsável pela comunicação dos hemisférios), córtex motor, cerebelo, hipocampo (memória), córtex auditivo, maior concentração de massa cinzenta (responsável pelo processamento das informações) nas áreas motoras, auditivas, visuoespaciais e área de Broca (fala) no cérebro dos músicos. Imagine quantos benefícios podem ser trazidos por uma educação musical na infância!

Benefícios também para os jovens

Os jovens que passam por um processo musical, em sua grande maioria, modificam comportamentos inadequados socialmente (vícios, agressividade), melhoram sua autoestima, desenvolvem sua inteligência emocional analítico-racional e senso estético. Além disso, percebem mais a realidade ao seu redor e as consequências de seus atos. A explicação científica é que o córtex pré-frontal é uma das últimas áreas a amadurecer na adolescência e é ele o responsável pela capacidade de resolver os problemas e determina as respostas do comportamento do indivíduo ao estímulo recebido. Esta mesma área é bem desenvolvida nos músicos e está ligada ao planejamento do tocar e cantar.

Mas não podemos deixar de enfocar o valor cultural de uma aprendizagem musical em relação ao próprio domínio da área e valorização de uma cultura de maior qualidade. A maioria não se torna artista; torna-se, porém, um cidadão mais completo. E o mais importante de tudo: torna-se uma pessoa mais feliz!

Os projetos sociais e educacionais em todo o mundo que envolvem a aprendizagem musical não negam esta afirmação: "A educação musical transforma!"

Orientaçãoes para os pais

0 a 2 anos

  • Existem cursos de música especializados para mamães e bebês no Brasil;

  • Em casa, converse muito e cante de frente para os filhos(para que visualizem a boca);

  • Coloque músicas mais lentas e com sons agudos antes do sono do bebê e faça com massagens pelo seu corpinho (vá nomeando as partes do corpo que estão sendo massageadas);

  • Maracás, chocalhos, tambores e xilofones são encontrados também em lojas de brinquedos e podem ser utilizados.

2 a 4 anos

  • Assista DVDs musicais ao lado dos filhos e vá conversando e provocando o raciocínio lógico;

  • Existem métodos que iniciam a aprendizagem intrumental nesta faixa etária, como violino;

  • Grave suas vozes, utilize microfone para ampliar e valorizar a fala e o canto com articulação corretas.
5 anos em diante
  • A criança pode estudar música com um intrumento musical já escolhido;

  • Profissionais com produção variada e de qualidade para crianças: Bia Bedran, MPBaby, Superbebê-música, Palavra Cantada, Thelma Chan e Toquinho.
Crianças e adolescentes

  • Devem ser expostos a música de qualidade. Leve-os a concertos e shows regularmente. Ter em casa CDs e DVDs com repertório variado, inclusive com música instrumental e clássicos.
Texto extraído do site:


domingo, 17 de outubro de 2010

Transforme reclamação em gratidão



Por Vanessa Mazza


Reclamar tem sido a cada dia um hábito mais e mais corrente. Tem dias que tudo costuma nos aborrecer, seja a forma como as pessoas nos tratam, sejam os pequenos inconvenientes do dia a dia. Às vezes, até o clima é suficiente para nos colocar em estado queixoso.

Acredito que se todas as pessoas pudessem se ouvir reclamando, se considerariam pedantes, chatas e desinteressantes. Afinal, quem gosta de ficar perto de alguém que sempre se queixa?

Mesmo que não se fale nada, emitimos a energia negativa de nossos pensamentos lamuriosos, o que nos afasta das pessoas e também das oportunidades.

Como parar este hábito?

Para deixar de reclamar, você deve aprender a agradecer. Por outro lado, ser grato só é possível quando aceitamos que tudo aquilo que mais nos incomoda tem origem, na verdade, dentro de nós mesmos. Pois, como veríamos orgulho no outro, se não formos, intimamente, orgulhosos?

Então, pegue caneta e papel e anote tudo aquilo que mais lhe tira do sério nos outros, seja a ignorância, a petulância, a irritabilidade, ou até mesmo anote tudo aquilo que mais lhe tira do sério nos outros, seja a ignorância, a petulância, a irritabilidade, ou até mesmo a tranquilidade, a alegria, a espontaneidade ou ainda o excesso de atividade, a crítica e a exigência. Depois, se questione se você tem as mesmas características.

Existem situações em que detestamos uma pessoa que está sempre sorrindo, porque no fundo gostaríamos de ser assim, mas nos reprimimos, então a alegria alheia irá nos incomodar. Já em outras circunstâncias, podemos ser pessoas muito críticas e exigentes e sofrer muito, toda a vez que alguém nos chama a atenção ou aponta uma falha.

Auto-tratamento

Tanto na situação de repressão quanto na de reconhecimento, temos que ter a humildade de reconhecer isso em nós mesmos. Sem isso, não há cura. Então, pare agora de reclamar, faça a lista e comece seu auto-tratamento.

Não gosta que as pessoas lhe tratem com desrespeito? Então passe a se respeitar, não fazendo mais favores que não quer, comprando coisas para você ao invés de para os outros, etc. Não gosta que as pessoas lhe ignorem? Então, preste mais atenção nas necessidades alheias, tente não ser o centro das atenções, valorize a si mesmo, sem precisar de aprovação alheia e assim por diante.

Ninguém está de fato contra nós. No fundo, estamos todos conectados, nos ajudando, mesmo sem saber. Aproveite esta oportunidade de crescimento e transforme a reclamação em gratidão!

Texto extraído do site:

http://www.personare.com.br/


Lições que todo professor gostaria que os pais soubessem




Como acalmar várias crianças ao mesmo tempo? E ensiná-los a guardar os brinquedos depois de se divertirem? O que fazer para meu filho gostar de ler? Dúvidas como essas não afligem só aos pais, mas também os educadores. Assim, no dia em que comemoramos o dia dos professores, a CRESCER pediu uma série de “lições” de diferentes escolas sobre como lidar com questões do dia a dia. Confira e inspire-se para aplicar algumas dessas dicas em casa.

Guardar os brinquedos

”Brincar é sempre gostoso! Variedade de brinquedos desenvolve a fantasia, estimula a linguagem e a criatividade, mas na hora de guardar...A criança precisa saber que recolher os brinquedos faz parte e é essa ação que vai garantir que tudo esteja no lugar no dia seguinte. Utilize estratégias lúdicas para esse momento, como o “Sr. Barrigão”: a criança carrega o maior número de brinquedos na camiseta, fazendo um barrigão e leva até o local de guardar.”
Patrícia S. Roselli, professora do 3º ano do Colégio Sidarta

Acalmar várias crianças ao mesmo tempo

“Há momentos em sala de aula que nos vemos tentando dar instruções às crianças mas elas estão tão agitadas que não somos ouvidos. Nessa hora, brincadeiras e músicas são a chave para mantê-los calmos e atentos. Basta começar a cantarolar “Atenção, concentração, ritmo...”, um conhecido jogo cantado em que todos acompanham o ritmo das palmas. As cantigas, que precisam voltar a fazer parte do repertório da infância, desligam da agitação e conectam a momentos mais tranqüilos. Na escola, convidar meninos e meninas para ouvir uma canção ou cantar restabelece a calma e a ordem no ambiente.”
Renata Praxedes, professora da Escola Castanheiras

Fazer atividades em grupo

“Na escola, as atividades geralmente são feitas em grupo. Tanto nos jogos pedagógicos como nas atividades livres e até mesmo na elaboração das rotinas básicas, há pequenas regras a serem seguidas, respeitando as capacidades de cada idade. As crianças aprendem a esperar a vez de participar de uma atividade, observam a maneira do amigo brincar e atuar na brincadeira, aprendem a respeitar o jeito de casa um resolver as questões pendentes. Nos momentos de dificuldades, o professor entra como mediador, auxiliando a solucionar as questões da forma mais democrática possível. Na verdade, tudo isso faz parte do trabalho em equipe. Assim, a melhor forma é pela convivência em grupo e com jogos, atividades coletivas com regras e objetivos em comum e muita conversa.”
Cláudia Razuk, coordenadora do Colégio Itatiaia

Gostar de ler

“Criar um ambiente rico em livros e atividades relacionadas à leitura, adquirir obras atrativas e apropriadas a cada idade, além de investimento em tempo, como sentar junto com a criança, contar histórias e explorar outras tantas possibilidades que o livro oferece. Alguns exemplos: mudar os finais das histórias, inventar novos nomes para os personagens, fazer desenhos sobre o livro, inventar dramatizações e o que mais a criatividade mandar. Passeios a livrarias também são importantes, pois assim a criança pode, também, escolher os títulos que mais a agradam.”
Professora Adelaide da Silva , professora do Maternal II do Colégio Itatiaia

“Ter uma rotina de leitura na hora de dormir aproxima pais e filhos. Contar uma história em capítulos pode deixar expectativas para o outro dia, sobre o que ainda está por vir. Assim, as crianças não vêem a hora de dormir chegar, porque com ela chega o livro, o leitor, o capítulo seguinte e a cada dia, a leitura está mais próxima do desfecho. E saiba que um texto bom para criança também é um texto bom para o adulto.”
Renata Praxedes, professora da Escola Castanheiras

Elogiar na medida certa

”Elogiar e estimular é fundamental. Porém, é importante que os comentários de estímulos sejam reais e sem exageros. Há casos em que uma criança não conseguiu realizar determinada tarefa e, mesmo assim, recebe “super elogios” como se a tarefa tivesse sido feita com êxito. É claro que a criança tem consciência e autocrítica para saber se o que fez ficou bom e correto. O estímulo será importante em um momento de dificuldade, até mesmo como forma de ajudar a criança a melhorar, mas deve ser feito de forma mais real, do tipo: “Você está melhorando um pouquinho a cada dia e estou muito feliz com isso. Vamos ver como conseguir melhorar ainda mais?” Neste momento, o importante é ajudar a criança com suas dificuldades criando meios de levá-la a vencer os desafios, sejam comportamentais, emocionais ou de aprendizagem.
Geisa do Carmo, professora do Maternal I do Colégio Itatiaia


Texto extraído do site:


sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Mensagem de obrigado ao professor





Obrigado por fazerem do aprendizado não um trabalho,
mas um contentamento.
Por fazerem com que nos sentíssemos pessoas de valor;
por nos ajudarem a descobrir o que fazer de melhor e,
assim, fazê-lo cada vez melhor.
Obrigado por afastarem o medo das coisas que pudéssemos não compreender;
levando-nos, por fim, a compreendê-las...
Por resolverem o que achávamos complicados...
Por serem pessoas dignas de nossa total confiança e a quem podemos recorrer
quando a vida se mostrar difícil...
Obrigado por nos convencerem de que éramos melhores
do que suspeitávamos.

Feliz dia dos Professores!


Fonte:
http://www.belasmensagens.com.br/



quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Velas precisam ficar acesas!



Esta mensagem é uma homenagem aos 33 mineiros do Chile que estão sendo resgatados hoje. Que este triste episódio nos mostre que a esperança, a fé, o amor e a paz devem se manter sempre acesas.


Quatro velas estavam queimando calmamente. O ambiente estava tão silencioso que podia-se ouvir o diálogo entre elas.

A primeira disse: Eu sou a Paz, e apesar da minha luz, as pessoas não conseguem manter-me acesa. Em seguida, a sua chama, devagarzinho, se apagou totalmente.

A segunda disse: - Eu me chamo Fé! Infelizmente sou supérflua para as pessoas. Elas não querem saber de Deus, por isso não faz sentido continuar queimando. Ao terminar sua fala, um vento bateu levemente sobre ela, e a chama se apagou.

Baixinho e triste a terceira vela se manifestou: - Eu sou o Amor! Não tenho mais forças para queimar. As pessoas me deixam de lado, porque só conseguem enxergar elas mesmas, esquecem até daqueles que estão à sua volta. E também se apagou.

De repente, chegou uma criança e viu as três velas apagadas ... - Que é isto? Vocês devem ficar acesas e queimar até o fim. Então a quarta vela falou: - Não tenhas medo, criança. Enquanto eu estiver acesa, poderemos acender as outras velas.

Quando apagamos as chamas da Paz, Fé e Amor, ainda assim, nem tudo está perdido ... Alguma coisa há de ter restado dentro da gente. E isto tem que ser preservado, acima de tudo ...

Então a criança pegou a vela da Esperança e acendeu novamente as que estavam apagadas. Que a vela da Esperança nunca se apague dentro de você. Ela é a nossa luz no fim do túnel. O caminho da felicidade precisa, antes, ser pavimentado com esperança ... A felicidade nem sempre bate à nossa porta. Para tê-la é preciso uma busca incessante, e ao encontrá-la ter a coragem de trazê-la para dentro de nós!

Autor desconhecido

Fonte:
http://www.npdbrasil.com.br/

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Aprendendo com as crianças: 7 dicas de como ser feliz


Uma homenagem a todas as crianças pequeninas ou não.

Você não precisa procurar muito para aprender como ser feliz. De fato, não precisa participar de palestras ou cursos, ou ler livros. Não precisa nem mesmo fazer meditação. Bom, se está procurando a felicidade, repare ao seu redor quais são os seres que estão felizes o dia todo? Isso mesmo – Crianças!

A felicidade vai embora quando nossas vidas tornam-se estagnadas e viramos reféns do tempo.

Dar risada é um ato natural para crianças. Se você passar mais tempo brincando com uma criança, você fatalmente vai se contaminar com seu sorriso. Existem sim os momentos em que as crianças também ficam chateadas ou bravas, mas até sobre isso podemos tirar uma lição, pois elas rapidamente passam por cima disso e voltam a sorrir em um piscar de olhos. Lembre-se de quando você era criança, dos momentos bons de sua infância, a vida era tão simples e sem preocupações.

Aqui estão 7 maneiras de como aprender a ser feliz com as crianças:

Vivendo o presente

Crianças tem uma forma maravilhosa de viver um momento a cada vez. Seus sentimentos são quase sempre baseados nos acontecimentos no momento em que eles ocorrem. Elas são sempre alegres. Algumas vezes podem ficar chateadas e bravas, isso geralmente acontece após uma briga por um brinquedo ou jogo. Mesmo assim, após se distraírem com alguma coisa mais interessante, elas esquecem completamente suas emoções negativas. E estão novamente felizes e sorridentes.

Como adultos, nós nos mantemos chateados, bravos e preocupados com um acontecimento por muito tempo após o acontecimento. Somos especialistas em acumular raiva. Nossas mentes ficam presas mais do que deveriam em fatos negativos do passado. Não vivemos no momento presente. É difícil ser feliz quando não temos nosso foco voltado ao que ocorre em nosso presente atual e desperdiçamos muito tempo lidando com nossas amarguras e problemas do passado.

Foco no que está fazendo

Quando uma criança brinca de pique-pega, ela está brincando de pique-pega. Não está brincando de pique-pega e pensando no desenho que vai fazer, ou no castelinho de blocos que vai montar em seu quarto após tomar o banho e assistir desenho animado por 15 minutos. Ela está focada no seu pique-pega e nada mais no mundo importa nesse momento.

Nós, adultos, ficamos estressados porque criamos pilhas e pilhas de coisas para fazer em um único momento. Atolamos-nos com listas de coisas para fazer e resolver. Infelizmente, ao realizarmos muitas tarefas ao mesmo tempo, muitas vezes acabamos distraindo a mente e não ficamos presente como deveríamos. Acabamos acelerando o mais rápido possível. Não existe espaço para diminuição de ritmo, muito menos respirar calmamente. Não raramente, com tantas coisas para resolver ao mesmo tempo, acabamos não conquistando muito.

Então, se você tem dificuldade de executar uma tarefa estando realmente presente, reduza um pouco o ritmo. Foque em uma tarefa por vez, execute essa tarefa com precisão. Então mova para a próxima em sua lista. Você sentirá uma pequena brisa soprando a seu favor, e não uma tempestade soprando contra, como era antes.

Uso da imaginação

Crianças estão sempre usando e abusando da imaginação, seja jogando um jogo ou desenhando. Elas amam criar lugares, personagens e situações. Ficam intrigados com histórias de magia, contos de fadas, sonhos. Se pararmos para pensar, imaginação é uma chave muito importante para essa sensação de felicidade que tanto buscamos.

É engraçado que como adultos, muitas vezes nos esquecemos completamente de usar nossa imaginação. A escola e a vida em geral nos tornam mais rígidos na forma que vivemos. Então algumas coisas não ocorrem como estávamos esperando e ficamos tristes. Estamos menos abertos a novas possibilidades, exatamente por termos perdido nosso senso de imaginação.

Futuro sem limites

Para a maioria das crianças, tudo é possível na vida. O céu é o limite e elas têm suas vidas inteiras por viver. Não existe um motivo para sentirem que o tempo está trabalhando contra eles.

Bom, podemos adotar exatamente a mesma atitude das crianças. Nunca é tarde. Se existe alguma coisa que você tem esperado para fazer em sua vida, vá em frente. A última coisa que você quer, é sentir-se arrependido de não ter tentando. A felicidade vai embora quando nossas vidas tornam-se estagnadas e viramos reféns do tempo.

Sempre alegre

Crianças estão sempre felizes, elas encontram alegria em pequenas coisas. Ficam curiosas ao ver uma borboleta, entusiasmadas quando pulam em uma poça d’água ou vão ao parquinho. Elas não analisam tudo e todos e não procuram o pior nas pessoas ou situações. Elas mantêm as coisas simples.

Para se lembrar de ser alegre, anote o que lhe trás felicidade. Tente fazer pequenas coisas que alegrem seu dia-a-dia.

Seja bom e confie nos outros

Crianças transpiram bondade, está dentro delas. Elas nunca pensam eu machucar outras pessoas, ou até mesmo plantas e animais. E ao mesmo tempo elas não pensam que outros irão lhe causar mal, é a natureza da criança. Mantendo pensamentos tão puros e sinceros, é fácil ser feliz o dia todo!

Imagine como seria o mundo se pudessem conviver e trabalhar com essa paz. Adultos devem aprender com as crianças como colocar as diferenças de lado e ter esse sentimento de bondade com todos ao seu redor. Amor gera felicidade.

Certeza que seus pedidos se realizarão

É fantástico como as crianças têm tanta convicção de que seus pedidos serão realizados. Quando uma criança deseja uma ida ao parquinho, ou um chocolate, o que for… é muito difícil dizer não ao ver aquela carinha.

Crianças têm fé e acreditam que seus sonhos se realizarão, não existe uma sombra de dúvida em suas cabeças. E de fato muitos de seus desejos acabam se realizando (como resistir a suas carinhas pidonas?).

Nós temos essa fé e certeza de que nossos sonhos se realizarão também? Raramente. Estamos muito envolvidos e dedicados com preocupações desnecessárias. Limitamos-nos demais. Se as coisas não estão trabalhando a nosso favor, consideramos desistir no meio do caminho e esquecer os nossos sonhos.

Concluindo, para ser feliz, encontre a criança que ainda existe em você. Conviva mais com crianças, caso não tenha filhos ou contato com crianças, seja voluntário em um orfanato ou instituição que lida com crianças. Até mesmo as crianças foram privadas de suas famílias e tem vidas consideradas inadequadas podem lhe ensinar a como ser feliz com poucas coisas. Faça o teste!


Texto extraído do site:

http://lifetips.com.br/



domingo, 10 de outubro de 2010

Escrever


Dedico este texto a todos os blogueiros que de alguma forma expressam os seus sentimentos, opiniões, alegrias, angústias, etc., etc.
Que neste dia tão cabaslístico a luz do Alto possa inspirar ainda mais os de coração e mente abertas.


“Existem dois tipos de escritores: aqueles que fazem pensar, e aqueles que fazem sonhar” diz Brian Aldiss, que me fez sonhar por muito tempo com seus livros de ficção científica. Acho, em princípio, que todo ser humano neste planeta tem pelo menos uma boa história para contar aos seus semelhantes. A seguir, minhas reflexões sobre alguns itens importantes no processo de criar um texto.

O escritor precisa ser, sobretudo um bom leitor. Aquele que se aferra aos livros acadêmicos, e não lê o que os outros escrevem (e aí não estou falando apenas de livros, mas de blogs, colunas de jornais, etc.) jamais irá conhecer suas próprias qualidades e defeitos.

Portanto, antes de começar qualquer coisa, busque gente que se interessa em dividir sua experiência através da palavra.

Não digo: “busque outros escritores”.

Digo: encontre pessoas com diferentes habilidades, porque escrever não é diferente de qualquer atividade feita com entusiasmo.

Seus aliados não serão necessariamente aquelas pessoas que todos olham, se deslumbram, e afirmam: “não existe ninguém melhor”. Muito pelo contrário: é gente que não tem medo de errar, e, portanto erra. Por causa disso, nem sempre seu trabalho é reconhecido. Mas é este tipo de pessoa que transforma o mundo, e depois de muitos erros consegue acertar algo que fará a diferença completa na sua comunidade.

São pessoas que não podem ficar esperando que as coisas aconteçam, para depois poderem decidir qual a melhor maneira de contá-las: elas decidem à medida que agem, mesmo sabendo que isso pode ser muito arriscado.

Conviver com estas pessoas é importante para um escritor, porque ele precisa entender que antes de colocar-se diante do papel, deve ser livre o bastante para mudar de direção à medida que seu imaginário viaja. Quando ele termina uma frase, deve dizer para si mesmo: “enquanto escrevia, percorri um longo caminho. Agora termino este parágrafo com a consciência de que arrisquei o bastante, e dei o melhor de mim”.

Os melhores aliados são aqueles que não pensam como os outros. Por isso, enquanto busca seus companheiros nem sempre visíveis, acredite na sua intuição, e não ligue para os comentários alheios. As pessoas sempre julgam os outros tendo como modelo suas própria limitações – e às vezes a opinião da comunidade é cheia de preconceitos e medos.

Junte-se aos que jamais disseram: “acabou, preciso parar por aqui”.Porque assim como o inverno é seguido pela primavera, nada pode acabar: depois de atingir seu objetivo é necessário recomeçar de novo, sempre usando tudo que aprendeu no caminho.

Junte-se aos que cantam, contam histórias, desfrutam a vida, e tem alegria nos olhos. Porque a alegria é contagiosa, e sempre consegue impedir que as pessoas se deixem paralisar pela depressão, pela solidão, e pelas dificuldades.

E conte sua história, nem que seja apenas para que sua família leia.

Texto extraído do site: