sábado, 10 de julho de 2010

Compartilhar tempo com os filhos garante a saúde na idade adulta



Pais e cuidadores são imprescindíveis para a manutenção da saúde infantil, contribuindo para o desenvolvimento de habilidades que serão usadas no decorrer da vida adulta e transmitindo valores culturais. Esses indivíduos oferecem aos seus filhos amor, aceitação, apreço, encorajamento e indicam caminhos e meios de solucionar problemas que eles enfrentarão na vida.

A partir de um contexto protetivo, essas crianças podem desenvolver suas personalidades e identidades além de amadurecer física, cognitiva, emocional e socialmente.

Do berço às brincadeiras

As necessidades dos bebês são, normalmente, respondidas rapidamente e sem questionamentos. É dessa maneira que eles compreendem os laços afetivos que estão sendo construídos. Esses laços são necessários para uma relação saudável entre pais e filhos e essas relações se estenderão mais tarde para os irmãos, primos, parentes e amigos.

Quando as crianças se sentem ligadas aos seus pais ou cuidadores, elas aprendem a confiar no mundo externo e se sentem bem-vindas às situações onde há outras pessoas. Isso faz que eles explorem e interajam melhor com o ambiente. Essa é a base para o desenvolvimento social e cognitivo.

Boas relações entre pais e filhos garantem que essas crianças sejam mais comunicativas e abertas ao diálogo, entendam melhor os limites impostos e compreendam as regras de comportamento social. Além disso, comprovam diversos estudos, esses pequenos indivíduos têm maior autoestima, melhores rendimentos escolares e menor incidência de problemas como a depressão e o uso de drogas na adolescência.

Conviver com as diferenças culturais de gerações diferentes também ajuda a fortalecer atitudes assertivas, construir valores sólidos e aprender a conviver com a pluralidade.

Adolescência
Quando as crianças começam a entrar na adolescência, os pais se deparam com uma nova série de necessidades que precisam de novos métodos de aproximação. Essas crianças, ou pré-adolescentes, começam a se distanciar da família e focar suas atenções nos pares – colegas e familiares da mesma idade – fora do núcleo familiar principal.

Alguns pais podem achar a situação delicada e não conseguir saber qual o melhor ponto de equilíbrio para manter o laço afetivo familiar e ao mesmo tempo não impedir que os filhos exercitem sua autonomia.

Adolescentes que se sentem conectados, mas não tolhidos, pela família são aqueles que melhor se adaptam à vida. Pesquisas indicam que os pais e cuidadores devem manter a “porta aberta” para a comunicação, os lares prontos para recebê-los sempre que precisarem e uma relação de proximidade sem impor limites absurdos. Esses adolescentes e jovens adultos que têm esse tipo de família por perto são aqueles com maiores competências sociais desenvolvidas, têm menos tendência a seguirem a opinião alheia sem questionar e têm as menores taxas de ansiedade e depressão.

Na próxima sexta-feira, neste mesmo espaço, falaremos sobre como os pais podem ajudar os filhos a lidarem com a adversidade e a importância dos avós e dos rituais familiares para a composição de um ambiente ideal para o desenvolvimento de crianças, adolescentes e jovens adultos.

Lidar com as adversidades

O apoio da família, dos pais e dos cuidadores é importante para ajudar as crianças e os jovens a lidar com as adversidades, especialmente se envolve algum tipo de estigma – socioeconômico, racial, de gênero, cultural ou relativo a problemas de saúde ou com o próprio peso. Pesquisas mostram que quando crianças negras são educadas para lidar com o racismo, identificando os valores positivos de sua herança cultural, elas sofrem menos com atos de preconceito. Esse processo mostrou aumentar a autoestima e rendimento escolar, além de reduzir os efeitos da depressão que atinge grupos étnicos específicos ou minorias culturais.

Da mesma forma, jovens gays, lésbicas, bissexuais e transgêneros que são acolhidos e aceitos pelos pais também mostram um desenvolvimento saudável durante a adolescência, mostrando maior autonomia pessoal e fazendo planos para o futuro de forma mais positiva, além de terem menor incidência de depressão e ansiedade.

Avós

O papel dos avôs e avós no desenvolvimento saudável das crianças não pode ser esquecido. Um estudo recente concluiu que quanto maior o tempo de convivência das crianças com os avôs e avós melhores as habilidades sociais e menores os problemas de comportamento entre as crianças, especialmente naquelas com pais ou mães solteiros ou que vivem com famílias adotivas.

O mesmo estudo mostrou que crianças e adolescentes, filhos de pais separados, mas que conviviam com os avós, eram mais confiantes e se sentiam mais reconfortados do que aqueles sem relacionamento com os pais de seus pais. Laços afetivos com membros da família, mesmo que não diretos, também ajudam os jovens a terem maior equilíbrio emocional.

Rituais familiares

Os rituais familiares também são outro fator que contribui para o equilíbrio da saúde das crianças. Rotinas são importantes para a vida em família. Há cada vez mais evidências científicas de que o bem-estar e a saúde dos filhos dependem da quantidade do tempo que a família passa junta e isso inclui os horários das refeições, por exemplo.

Fazer as refeições juntos, aliás, pode contribuir para um maior nível de comunicação entre pais e filhos. Isso ajuda a reduzir os sintomas de ansiedade e mesmo a proteger contra problemas respiratórios, indicam alguns estudos. Além disso, os laços emocionais se tornam mais fortes. Os hábitos alimentares saudáveis também são outro ponto positivo para os almoços ou jantares em família.

Outro fator protetivo de rotinas familiares em conjunto é que a proximidade com os membros da família pode ajudar na identificação de algum transtorno mental nos seus estágios iniciais. Os especialistas em saúde infantil apontam que os problemas comportamentais em crianças e adolescentes são reflexo do nível de proximidade familiar. Estar disponível para os filhos definitivamente não é perda de tempo.

com informações da American Psychological Association

Texto extraído do site:
http://oqueeutenho.uol.com.br/portal/2010/07/07/

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