segunda-feira, 12 de julho de 2010

Novas posturas, para as velhas relações, com os filhos e com a Escola




Thereza Bordoni

Nossa sociedade mudou, temos uma inversão de papeis e valores, mais informação do que podemos absorver, a mulher trabalha fora, o avanço tecnológico foi grande, a família mudou, a criança mudou, o aluno e a escola também mudaram....Tanta mudança gera confusão e expectativas.

Buscando proteger os filhos das mudanças, os pais estão oferecendo proteção excessiva, ao invés de desenvolver as capacidades dos filhos para que eles vençam na sociedade. A família está perdida e acaba achando que a escola é que tem que educar seus filhos. A família é responsável pela educação e a escola, pela formação de habilidades para competências na vida adulta.

Neste contexto, o melhor que podemos fazer por nossos filhos é sermos consistentes na sua formação desde bem pequenos, a frustração, o não dito com firmeza, as tarefas diárias, o dinheiro regulado, o tempo bem distribuído, entre outros limites, favorecem a conscientização cidadã. Mas, nada disto terá qualquer significado se não for mediado pelo exemplo dos adultos; nossos filhos são frutos do meio, porém é na relação familiar que os verdadeiros valores se formam e se consolidam. De nada adianta os pais darem limites, como assistir à tevê só em determinadas horas, proibir certos tipos de música, cobrar respeito ao próximo, exigir que não falem palavrão, se eles burlam as leis e os valores morais e adotam a postura: "faça o que eu falo, mais não faça o que eu faço". Suas atitudes valem mais que mil palavras. Busque ações simples e concretas que possam ajudar seu filho a assumir responsabilidades de forma coesa e correta, como por exemplo: peça a seu filho, principalmente os menores, para que o ajude com os afazeres (guardar os brinquedos, limpar a mesa ou guardar a roupa limpa), comente com eles os programas e musicas atuais, coloque-o a par da realidade financeira da família. A criança que aprende ter responsabilidades desde de pequena, sai melhor na escola e na vida!

Lembre-se: "a palavra convence, o exemplo arrasta". Seja um modelo a ser seguido, que lê, acha a aprendizagem emocionante, gosta de resolver problemas, tentar coisas novas e que respeita a si mesmo, o outro e as regras da sociedade.
Na relação com a escola, esteja seguro da escolha que fez e dê espaço para a escola trabalhar. Demonstre respeito tanto pelo sistema escolar quanto pelo professor. As acusações verbais contra a escola podem engendrar em seu filho sentimentos contrários à escola e dar a ele um pretexto para não se esforçar. Mesmo quando não estiver de acordo com uma política da escola, é seu papel estimulá-lo a obedecer às regras da escola, assim como precisará obedecer às regras mais amplas da sociedade. Caso esteja descontente com a escola, procure o responsável e converse com ele.

Como pais, não questionamos o pediatra, o dentista, no máximo sugerimos, mas na escola nos achamos no direito de dar palpites de determinar ações, de corrigir a metodologia ou a proposta educacional. Será que, nos pais, somos os especialistas nesta área?

Quando a criança entra na escola, ela começa a aprender a enfrentar a vida por conta própria. E, se os pais insistem em intervir nesse processo, só um sai perdendo: a criança ou o adolescente. Quase todos os pais têm a "mania" de perguntar aos filhos como foi o dia na escola. Isto é positivo, ajuda-o a sentir que a escola é importante para a família, porém, quando isto se torno uma cobrança, onde o filho é obrigado a falar sobre a escola, se transforma em um desrespeito. É preciso que os pais entendam que a escola é o primeiro lugar onde os seus filhos têm controle sobre uma situação que eles (pais) não têm. É o primeiro sentimento de privacidade! E é preciso que os pais respeitem isto. A criança não querer comentar sobre a escola, não significa que não goste da escola.

Na escola, seu filho deverá compreender que os deveres de casa, os trabalhos escolares e as notas são questões estritamente entre ele e seus professores, que deverão estabelecer as metas para atingir um melhor aproveitamento escolar. Seu filho deve sentir-se responsável pelo êxito e pelos fracassos na escola. Muitas vezes por ansiedade ou por necessidade de controle, invadimos o espaço escolar, a intenção sempre é a melhor, porém corremos o risco de passar a mensagem errada, assumindo a responsabilidade de estudar no lugar de nossos filhos. Os pais que se sentem responsáveis pelo aproveitamento escolar de seus filhos abrem a porta para que seu filho passe a responsabilidade disto para eles, os pais. Isto é muito comum na hora do "Para Casa", a cena é: pais cobrando e filhos enrolando. Não se torne o responsável pelo dever de casa. De autonomia para seu filho e também demonstre que confia em sua capacidade.Já pensou ao invés de cobrar o dever de casa, perguntar a que horas ele irá fazer e se irá precisar de algo específico para as atividades. Isto é ser parceiro no processo e não o dono do processo.

Assumir a responsabilidade pelos deveres de casa ajuda as crianças a crescerem e se tornarem adultos responsáveis que cumprem suas promessas, respeitam seus limites e triunfam em suas tarefas. Um dos principais objetivos do dever de casa é ensinar a seu filho como trabalhar por conta própria. Por outro lado, não se esqueça é muito importante que ele perceba sua atenção aos deveres de casa e também às atividades diárias da escola. Só não se esqueça de respeitar os diversos ritmos de aprendizagem, cada um tem o seu ritmo e o seu tempo, não dá pra ficar comparando, mesmo que o seu filho e o filho do vizinho tenham a mesma idade e estudem na mesma escola.

Tudo que aqui foi dito, precisa ter como pano de fundo, uma escolha consciente pela escola para seus filhos. Hoje existem inúmeras propostas e metodologias, cabe a cada família buscar aquela que melhor ira complementar a formação que deseja para seus filhos. Gostaria apenas de ressaltar ainda, a escolha da escola para os pequenos, na educação infantil, a criança não vai para escola só pra brincar, a educação infantil é a base para a vida escolar; de 0 a 6 anos aprendemos comportamentos que iremos precisar para a vida inteira, é também o período que temos a maior capacidade de absorver informações. Assim escolher uma escola neste período requer muita seriedade e comprometimento. As formas de ensinar são lúdicas (brincadeiras muitas vezes) mais a intencionalidade é que faz toda a diferença.

Para terminar, como educadora e mãe, deixo algumas sugestões:

-Trabalhe junto com a escola. Escola e família têm papeis diferentes, mais um objetivo comum. Respeite o espaça de cada um.

-Pergunte sempre a seu filho, como foi o dia na escola, mas não cobre uma resposta. Respeite sua privacidade.

-Compreenda que a responsabilidade das tarefas de casas é do seu filho.Seja parceiro quando necessário, mas não assuma a responsabilidade. Permita que ele arque com as conseqüências. Ah! Lembre-se que não é objetivo de um bom dever de casa, manter seu filho ocupado, assim não deve ser em excesso.

-Estimule-o a pensar por si só. Deixe que ele resolva os seus problemas, busque alternativas, ache soluções.

-Não torne o horário de estudos uma batalha, negocie e estabeleça metas. Cobre os resultados.

-Preocupe-se menos com a nota e mais com a aprendizagem.

-Confie na escola e caso tenha duvidas resolva-as com a escola e não com outros pais ou com seus filhos.

-Escolha bem a escola que irá matricular seus filhos, visite-a e conheça seu Projeto Político Pedagógico, após a escolha acredite em sua proposta e aceite sua forma de trabalhar.

-Ao ir ao shopping, visite também as livrarias com o seu filho.

-Lembre-se: "a palavra convence, mas o exemplo arrasta" Seus comentários e principalmente suas ações influenciam diretamente na vida escolar de seus filhos.


Texto extraído do site:

http://sitededicas.uol.com.br/

1 comentários:

Regina disse...

OBRIGADA PELA VISITA EM MEU BLOG...BJUS...EU AMEI UMA IMAGEMN SUA E A SALVEI, PODE SER? OBRIGADA BJUSSSSSSSS

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